Foram cinco cobranças do Brasil.

Em cada uma delas, Weverton se virou de costas para o área, ergueu os braços para o céu e aguardou a reação dos mais de 60 mil torcedores no Maracanã para comemorar.
Na prática, era como se o goleiro do Atlético-PR estivesse esperando o chamado vindo das arquibancadas para brilhar.
Ele passou perto por mais de uma vez até que, na quinta cobrança da Alemanha, voou para defender o pênalti batido por Petersen e deixou a cargo de Neymar fechar a conta e assegurar após empate em 1 a 1 no tempo normal o primeiro ouro olímpico do futebol masculino em sua história.
O atleta de 28 anos entrou imediamente para a galeria dos grandes heróis nacionais.
Subsituto de Prass, cortado, ele sofreu apenas um gol em seis jogos.
Um número impressionante respaldado pela defesa formada por Rodrigo Caio e Marquinhos e que não evitou, ainda assim, que sofresse críticas por uma suposta insegurança nos momentos em que teve de aparecer.
Nada disso impediu que brilhasse na final neste sábado.
E ainda mais curioso: em um fundamento que nem sempre se sobressaiu.

Revelado nas categorias de base do Corinthians, Weverton chegou a ser substituído antes de uma decisão por pênaltis, durante a Copa São Paulo de Juniores de 2006.
Na ocasião, em confronto pela segunda fase da competição, o time alvinegro ficou no empate no tempo normal com o Fortaleza e, antes da ida para as penalidades, o técnico Jorge Saran decidiu sacá-lo para a entrada do reserva Célio Gabriel, especialista. Não funcionou, e a equipe foi eliminada.
"A bola é minha porque está na história. Com todo respeito a todos. Muita gente tentou, mas Deus botou essa geração para fazer história e a gente fez. Nós merecemos respeito pelo o que fizemos. Um jogo de luta, um jogo de vontade, com a cara do Brasil", afirmou, em entrevista ao SporTV.
Weverton acabaria não construindo a sua carreira no Parque São Jorge.
Com uma camiseta que carregava a mensagem "100% Acre", ele entrou hoje para a história.

Fonte:msn